Mensagem do Presidente Júlio Bessa
Prezados concidadãos,
Os angolanos aguardam pela independência para todos e pela oportunidade de eleger um governo republicano, patriótico, cidadão e competente há mais de 50 anos. A grande maioria já está convencida que só uma ampla participação cidadã na vida pública pode quebrar o ciclo vicioso de conflitos e rixas entre lideranças falhadas, para Angola se concentrar na resolução emergencial da crise económica e social que enfrenta há décadas e na construção consensual dos alicerces de um país novo. A esta convicção denominamos “A Terceira Via”.
Dediquei os últimos 42 anos da minha vida ao serviço público e à revolução conduzida pelo Partido-Estado. Nesse período, conheci os grandes dossiers do Estado, compreendi as causas profundas do conflito angolano, a dimensão real dos problemas sociais que Angola enfrenta e as razões do falhanço da maior parte das políticas ensaiadas para a sua resolução.
Acima de tudo, conheci de perto a gênese do pensamento político dos líderes do MPLA em relação a Angola e aos angolanos. Fiquei decepcionado e abandonei definitivamente o MPLA. Porém, sem ódios nem rancores. Aliás, Angola precisa de todas as forças políticas, e não só, para sarar as feridas do passado e unir a Nação para a construção de um País novo, unido e reconciliado consigo mesmo.
Também compreendi, por outro lado, que a antiga oposição armada, sozinha, não é tida como a alternativa para o País. Para resgatar a cidadania, os angolanos precisam trabalhar juntos em democracia e liberdade para libertar o Estado ora capturado e construir o país de todos. Sem deixar ninguém de fora.
A esta capacidade de desconstruir narrativas falsas e retóricas divisivas, passar uma esponja sobre o passado, corrigir de facto o que está mal, trabalhar com todos como iguais e promover o perdão de comportamentos desviantes do contexto – incluindo eventuais crimes contra a vida ou contra o patrimônio – visando a verdadeira reconciliação rumo ao desenvolvimento, sob um novo paradigma, denominamos “A Terceira Via”. E aos seus fundamentos designamos por “Os Quatro
Pilares”, a saber:
1) O RECONHECIMENTO E A CONSAGRAÇÃO DE ÁLVARO HOLDEN ROBERTO, ANTÓNIO AGOSTINHO NETO E JONAS MALHEIRO SAVIMBI como PAIS FUNDADORES DA NAÇÃO ANGOLANA;
2) O RESPEITO PELA LIBERDADE RELIGIOSA, A PROTEÇÃO DA MATRIZ JUDAÍCO-CRISTÃ DA MAIORIA DOS ANGOLANOS E O FORTALECIMENTO DE UMA PARCERIA FRATERNA COM AS IGREJAS PARA A BUSCA DE SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS SOCIAIS;
3) A ESTABILIZAÇÃO E A NORMALIZAÇÃO DA VIDA ECONÓMICA E SOCIAL DO CIDADÃO, visando, com carácter de urgência, a eliminação da FOME e da MISÉRIA e, de modo contínuo, o COMBATE AO DESEMPREGO E À POBREZA e o AUMENTO PROGRESSIVO DA PROSPERIDADE DOS CIDADÃOS – “O SONHO ANGOLANO”;
4) A MERITOCRACIA, A IMPLANTAÇÃO URGENTE DAS AUTARQUIAS, A DESPARTIDARIZAÇÃO E A REFORMA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DOS TRIBUNAIS E DAS FORÇAS DE DEFESA E SEGURANÇA.
A Terceira Via é, pois, um espaço institucional para unir os angolanos em torno das tarefas do desenvolvimento, com base no primado da cidadania sobre a partidocracia, de forma a garantir a participação cidadã na vida pública como expressão directa da convergência e congregação das vozes dos cidadãos anónimos do país, a sociedade civil. E porque nos termos da Constituição actual este espaço tem de ser um Partido Político, o movimento em prol da “terceira via” assume a forma de partido político, o CIDADANIA.
Iniciamos discretamente, há cerca de três anos, a construção deste espaço de participação cidadã na vida pública. Percorremos todas as províncias da “Angola profunda” e mais de 140 dos seus municípios, durante 35 dias a fio. Dialogamos com as diversas lideranças sociais e comunitárias e captamos o seu sentir. Em 2024, legalizamos e estruturamos o partido político CIDADANIA como instrumento jurídico-constitucional a utilizar na concretização desta iniciativa de cidadania para o desenvolvimento de Angola.
Hoje, tendo já construído uma sólida base social de apoio, constatamos que as lideranças sociais do País e a cidadania em geral estão mais amadurecidas e determinadas a unir o país na construção do futuro e não permitir que temores infundados, preconceitos do passado nem interesses obscuros ou de grupos impeçam novamente os angolanos de fazer o que deveriam ter feito em 1975: unir os povos de Angola e juntos construirmos a nacionalidade angolana numa Angola de todos e para todos. À implementação primordial desta nova ideia, em união e com determinação, denominamos “A Terceira Via”.
De facto, a solução da crise generalizada que assola o País clama pela participação sábia e coordenada de todos na consolidação do primado da cidadania sobre a partidocracia. Clama por mais e melhor diálogo, mais humildade e menos competição. Clama pelo resgate do futuro da juventude e das crianças. Clama pela supremacia do Estado de cidadãos sobre o Estado de Partidos e da meritocracia sobre a partidocracia. Ou seja, clama pela Terceira Via.
As diferenças fundamentais entre a supremacia da cidadania sobre a partidocracia, advogada pelo CIDADANIA, e o que advogam os demais partidos políticos, estão resumidas nos dez pontos da Tabela que segue.
Por outro lado, a evolução dinâmica da geopolítica mundial torna cada vez mais urgente a desconstrução, entre os angolanos, de narrativas obsoletas e de ideologias alheias para permitir a construção de uma Nação forte, democrática, unida, soberana e civilizada, a partir de um Plano Consensual de Desenvolvimento de Longo Prazo.
O momento exige de nós sabedoria, criatividade e coragem para mudar de paradigma. Vamos mudar. Vamos acabar com os vícios que sustentam problemas estruturais antigos e impedem a inclusão das maiorias na independência e na prosperidade. Vamos trabalhar juntos para sarar as feridas do passado, fortalecer a identidade nacional, unir o País na Paz Social Definitiva e despartidarizar o Estado, para podermos estabilizar e normalizar com sustentabilidade a vida do cidadão sob este novo paradigma, A Terceira Via.
TEMOS RECURSOS SUFICIENTES PARA O FAZER E SABEMOS COMO SE FAZ ISSO. VAMOS INVERTER OS PROPÓSITOS: NÃO MAIS O CIDADÃO AO SERVIÇO DO ESTADO, MAS O ESTADO AO SERVIÇO DO CIDADÃO.
VAMOS JUNTOS CONSTRUIR A NOSSA ANGOLA, A ANGOLA PARA TODOS OS SEUS FILHOS.
Viva Angola! Angola Sempre!
Atenciosamente,
Júlio Marcelino Vieira Bessa
As dez diferenças fundamentais
| OUTROS PARTIDOS | CIDADANIA | |
|---|---|---|
| 1 | Foco nas lutas e no passado. | Foco no desenvolvimento e no futuro. |
| 2 | Discutem sobre pessoas e promovem incivilidade, rixas, intolerância e mortes. | Discute ideias para unir as pessoas e resgatar a cidadania para o desenvolvimento do País. |
| 3 | Instrumentalizam as Igrejas e as autoridades tradicionais para alimentar feridas do passado, manter a hegemonia e subjugar os angolanos. | Defende a construção de uma parceria fraterna com as Igrejas para sarar as feridas do passado, estancar a crise social e unir para construir a Nova Angola. |
| 4 | Querem apenas substituir o MPLA, mas não sabem como tirar o País da crise nem como construir o futuro. | Vai trabalhar com todos na implementação de soluções de emergência para tirar o país da crise e na construção do futuro. |
| 5 | Foco na militância e na partidocracia. | Foco na cidadania e na meritocracia. |
| 6 | Defendem o Poder dos Partidos sobre o cidadão e apresentam programas para 5 anos de poder do Partido. | Vai empoderar o cidadão para exercer o poder durante 50 anos. Vai construir o consenso nacional para um novo contrato social para o desenvolvimento de Angola em 50 anos. |
| 7 | Foco no Partido e no Presidente. | Foco no País e na cidadania. |
| 8 | Primeiro o Partido e a disciplina partidária. | Primeiro o cidadão e as liberdades civis e políticas. |
| 9 | Partidarização das instituições do Estado e da sociedade. | Despartidarização das instituições do Estado e empoderamento da sociedade civil. |
| 10 | Angola dos Partidos. | Angola dos cidadãos. |
